Pádua, 5 de abr de 2018 às 07:00
Cientistas da Universidade de Pádua (Itália) e do hospital local fizeram uma escultura tridimensional da figura humana impressa no Santo Sudário que, segundo a tradição, seria Jesus de Nazaré.
A efígie foi apresentada no dia 20 de março no Palácio Bo, na Universidade de Pádua, e os resultados do estudo foram divulgados na revista Peertechz de Ciências Forenses e Tecnologia.
Ricostruito in #3d “l’uomo della #Sindone “ da team #unipd e #aziendaospedaliera di #Padova in collaborazione con lo scultore Sergio #Rodella https://t.co/3wBLQziBUy pic.twitter.com/gMmSVs58qL
— Università di Padova (@UniPadova) 20 de março de 2018
Ricostruite le fattezze dell’uomo della #Sindone/GdP.ch https://t.co/sD8DjyN4O5 pic.twitter.com/0LhB7ts1kG
— catt_ch (@catt_ch) 28 de março de 2018
Segundo informou a Universidade de Pádua, os especialistas trabalharam durante dois anos junto com o escultor Sergio Rodella sob a direção de Giulio Fanti, professor de Medições Mecânicas e Térmicas do Departamento de Engenharia Industrial da mesma casa de estudos.
Em declarações ao semanário italiano ‘Chi’, Fanti disse que, “para a tradição cristã, a imagem que se vê no Santo Sudário é a de Cristo morto crucificado. E agora a ciência também tem esta opinião. Nós estudamos há alguns anos a imagem deixada pelo corpo na tela usando a tecnologia mais sofisticada em 3D. A escultura é o resultado final”.
O professor Gianmaria Concheri, que participou da pesquisa, explicou à Universidade de Pádua que, “para construir o modelo em 3D, utilizou-se um método iterativo para chegar a uma aproximação, envolvendo um tecido semelhante ao do Santo Sudário ao redor de um modelo tridimensional de um corpo humano ideal”.
Esse processo tecnológico para “decalcar” a imagem do Santo Sudário se realizou até que as medidas do modelo tridimensional coincidissem com a parte frontal e dorsal do tecido.
Em seguida, foi construído um esqueleto metálico que representava a posição do corpo e foi moldado progressivamente até conseguir chagar ao resultado final.
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Ricostruito con un modello 3D il corpo impresso nella #Sindone.#ricerca #unipd
— Università di Padova (@UniPadova) 28 de março de 2018
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A Universidade de Pádua afirmou que este trabalho revela que a figura humana refletida no Santo Sudário “tem uma notável rigidez cadavérica, tem uma postura igual a de um homem crucificado cujos braços foram acomodados para a sepultura”.
“O alongamento da extremidade superior direita e a redução do ombro direito confirmam a hipótese de que o homem do Sudário sofreu um trauma grave no pescoço, no tórax e no ombro, provavelmente caindo sob o peso da cruz com a consequente luxação do ombro e paralisia do membro direito”, continuaram.
Por sua parte, Matteo Bevilacqua, cientista que também participou do trabalho, manifestou que “o mais surpreendente é que o corpo de Jesus se tornou quase imediatamente rígido e permaneceu incorrupto até o momento da Ressurreição. A explicação poderia estar nas cem libras de mirra e aloés trazidas por Nicodemos, substâncias conhecidas desde a antiguidade pelo seu poder conservador e antidecomposição”.
Nesse sentido, Giulio Fanti disse a ‘Chi’ que, “segundo o nosso estudo, Jesus era um homem de extraordinária beleza. Esbelto, mas muito robusto, media um metro e 80 centímetros, enquanto a altura média da época era de um metro e 65 centímetros. Além disso, tinha uma expressão soberana e majestosa”.
Em relação à escultura tridimensional, Fanti assinalou aos meios locais que no Santo Sudário “contei 370 feridas de flagelo, sem levar em consideração as laterais, pois a tela somente mostra a parte da frente e de trás do corpo”.
“Portanto, podemos supor que houve um total de pelo menos 600 golpes. Além disso, a reconstrução tridimensional nos permitiu reconstruir que, no momento da morte, o homem do Santo Sudário caiu para o lado direito, porque o ombro direito sofreu uma luxação tão grave que lesionaram os nervos”, completou.
Confira também:
Artista faz escultura de Jesus pela primeira vez como penitência quaresmal https://t.co/F7kN19zqgV
— ACI Digital (@acidigital) 4 de abril de 2018